O dia dos Pais será comemorado neste domingo (14). Não muito para um percentual considerável de crianças que nasceram na Paraíba este ano e foram registradas sem o nome do pai. Das 32.231 crianças que nasceram no estado este ano, 1772 foram registradas apenas com o nome da mãe. Nos últimos cinco anos, mais de 15 mil paraibanos foram registrados sem o nome do pai.
Os dados são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) e foram divulgados pela Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) como alerta para uma realidade cerca de dor e desemparo que bate à porta de crianças e adolescentes durante toda uma vida, sobretudo a cada segundo domingo de agosto.
São número que omitem dor e desamparo aos menores e ganham dimensão ainda maior no mar de gente que padece do mesmo problema em todo o país.
Apoio das Defensorias
Ter a filiação registrada nos documentos oficiais é um direito garantido constitucionalmente. Nessa ceara, a Defensoria Pública tem sido uma aliada das famílias para fazer valer esse direito.
Na prática, a Defensoria Pública não força ou impõe o reconhecimento de paternidade, mas pode ingressar com uma ação de investigação, que culminará na exigência de um exame de DNA para comprovar a paternidade. Caso o suposto pai não queira se submeter ao exame na Justiça, a lei prevê a presunção de paternidade, ou seja, o processo sempre será favorável à criança e ao adolescente.
O coordenador do Núcleo Especial de Proteção à Infância e da Juventude (NEPIJ), Rodrigues Júnior, ressalta a importância do reconhecimento da paternidade para as crianças. “Isso dá a ela o exercício de vários direitos. Além do conhecimento da sua ancestralidade e origem familiar, o direito ao auxílio material, financeiro, alimentos, direitos previdenciários e sucessórios. E isso a gente entende que é muito importante para essas crianças”, pontuou.
Texto: Jornal da Paraíba