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OPINIÃO – A cabeça de Kid Bengala

726 milhões de dólares. O número representa o lucro só no quarto trimestre da Burger King no ano passado. E você aí achando ruim ou querendo boicotar a empresa de fast food por ter usado o Kid Bengala (ex-ator pornográfico) em uma campanha publicitária. Olha, lhe asseguro que o pessoal não está nada preocupado com tal “polêmica”.

A grande questão é que muitas pessoas não gostaram do vídeo comercial porque, segundo elas, a instituição tem crianças como público-alvo. Isso não é verdade. Gente de toda faixa etária pode consumir os produtos.

Chega a ser patético pedir a cabeça do ator ou atrelar a campanha aos casos de violência sexual contra menores, como alguns estão fazendo. Ademais, aproveitando a oportunidade e contextualizando, o abuso deve ser combatido – não a indústria pornográfica formada por adultos em consentimento. A pornografia é trabalho e prazer de milhões de pessoas. Atores e atrizes merecem respeito, sem preconceito.

Outro ponto da discussão, leitora, leitor, é a ausência de diálogos sobre sexo e/ou órgãos genitais em casa, berço da educação. Nossa sociedade se fecha a esse tipo de pauta, tratando como tabu, no entanto pinta e borda às escondidas, no silêncio de suas intimidades. Já nem falo dos casais adultos que se traem em grupos de WhatsApp, sem contar crianças que fecham a porta dos seus quartos para consumir vídeos carregados de lascívia.

Por fim e para concluir esse papo enjoado, eu queria ver tais moralistas (falsos, diga-se de passagem) admoestando padres e pastores aprontando sob suas vestes e tocando o terror em seus templos – que nada têm de sagrados nem aqui nem acolá. Hipócritas de uma figa… mas o que é de vocês está guardado.

Deixem a cabeça do Kid em paz. Ele foi coroado e é digno de respeito. E tenho dito.

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